quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Arquitetura com arte


Pós-moderno. Esse é conceito que move os projetos da arquiteta iraquiana Zara Hadid – que, a partir de Londres, onde mora, embeleza várias partes do mundo com suas criações. Só para citar alguns exemplos, ela tem obras nos Estados Unidos, Itália, Espanha, Alemanha, China e Abu Dabi, a capital dos Emirados Árabes. Todos levam a sua marca: arrojo, leveza, recortes, tudo enfim como se ela, ao sentar em frente à prancheta, não seguisse as regras mais elementares da arquitetura. Só que ela, é claro, segue. A questão é que faz das regras um aliado para inovar. O reconhecimento a seu trabalho, que supera os limites e passa pela arte, foi coroado com o fato de ter sido a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker – uma espécie de Prêmio Nobel da Arquitetura.
E o que é pós-moderno? Bom, numa tradução rápida, é o que o próprio termo sugere: algo ainda mais moderno que o moderno. Futurista. Para facilitar o entendimento, os projetos de Zara têm certa relação com o da Ópera de Sydney, uma espetacular construção na Baía de Sydney, na Austrália, do dinamarquês Jorn Utzon, e o do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, outra magnífica obra, esta do brasileiríssimo Oscar Niemeyer.
Um dos trabalhos mais notáveis de Zara é a estrada de ferro Nordpark Cable, em Innsbruck, no oeste da Áustria – cidade cortada pelo rio Inn, e daí vem seu nome. Repleta de montanhas, é um local de muito frio. Tanto que foi por duas vezes sede das Olimpíadas de Inverno, em 1964 e 1976. A estação, inaugurada em 2007, virou um marco de Innsbruck, e da arquitetura mundial. “A estrada de ferro reflete o compromisso contínuo da cidade para os mais altos padrões de arquitetura e alarga as fronteiras do design e tecnologia de construção”, diz Zara a respeito da própria obra.
Com 1,8 km de comprimento, a Nordpark tem, no total do complexo, quatro estações – e ainda uma ponte estaiada sobre o rio Inn. O projeto se adapta às condições específicas de cada estação mas, no todo, mantém a linguagem usada pela arquiteta, que remete à fluidez.
Basta olhar as fotos para perceber o design flexível utilizado por Zara neste projeto. Os materiais empregados na obra também contribuem para deixar o complexo mais atraente. Telhados de vidro, por exemplo, dão leveza à base de concreto – concreto, diga-se, usado de forma bastante elástica, com curvas e elipses que geram movimento ao conjunto. Novos métodos de produção também surpreendem. A arquiteta usou até tecnologia da indústria de carros para criar a estética aerodinâmica de cada estação.

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